Numa manha atordoada ela dar sinal de vida. Sobe no ônibus e não havia comido nada,
a não ser de ontem a comida requentada. Tomara água apenas cedinho, talvez para não
morrer de barriga vazia... Mas não tardou a jogar tudo de ontem e hoje no chão, um jato de vomito
que a deixou desorientada. Cambaleava e levantava-se para descer na próxima parada sem rumo.
Descera por traz, sem pagar passagem!
-Eu enojei, engoli seu vomito e ela talvez morrerá, disfigurada, negra, encachaçada pra conter a fome.
Há mais dinheiro pra uma dose de sofrer naquele corpo pouco e cheio de veias a parecer?
Sem que ao menos alguém passe e lhe ofereça um sorriso sem graça, a desgraçada mulher que foge todos os dias do amanhecer e anoitece nas ruas, na chuva, no ônibus, na minha e na tua desconfiança.
-Minha cabeça roda e explode nas minhas mãos... Eu não faço nada...
segunda-feira, 14 de março de 2016
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