terça-feira, 23 de maio de 2017

A este tempo

Ao passo adiado do progresso e regresso que atenta com seu tridente ardente deficiente e covarde.
Cavando a corva dessa obsoleta democracia de tanto cavalgar em seu cavalo manco, cai!
Os dias passam como um vendaval, cegando os olhos, fazendo esmorecer os homens brancos que de tal força nem carecem mais de acentos para suas bundas moles, no entanto é incompatível seu status em pé -não fazem nada a não ser olhar seus gados cheios de carrapatos morrendo em seu pasto seco.
De longe se ver o brilho da crina de seus galos de briga, no meio da multidão com seus esporões afiados ferem todos os pintos de uma galinha sem proteção.- Jogando-a no chão com suas últimas penas.
Chego a sofrer dores internas como se em mim uma chaga aberta estivesse pulsando. Vejo com olhos de sangue todo meu povo, a minha gente da minha carne também sofrendo e como se não bastasse o peso das mochilas, dos livros, da história do cotidiano, acrescentam-nos a pobreza e a falta de compreensão que aliena e distorce toda versão imposta em forma de bosta, igualmente sendo a maravilha universal de nossas vidas e assim decretando disfarçadamente o sofrimento em forma de televisão colorida e imagens futuristas de um passado de ganancia e corrupção. É de contar nos dedos o que ainda temos.
Não quero com isso gerar conflito -esses existenciais que nos compõe.- Sugiro acreditarmos que tudo vá passar quando em nossas camas confortáveis as nossas cabeças pesadas deitar. E para aquelas também pesadas sem cama sequer, juro que quando chegar a hora essa terra que nos come, saberá bem nos manejar e cuidar dos nossos restos mortais como nenhum homem branco cujo talento maior dentre muitos é privilegiado e santo no meio de tantas e tantos de nós. Juro também que se não houver inferno um paraíso será reservado para quem não tem aqui um momento diante de Deus, que somos nós esses dejetos dentro de um saco jogado no espaço a mercê sei la de quê, não queremos ter conversa com diabo nenhum que queira roubar quem já tem um fim determinado ruim nas mãos de quem tem sim, poder para matar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quando durmo

Aprendendo a gostar do efêmero  tanto quanto não me saciar no tempo  das coisas findas rapidamente.  E então me deparo, as vezes tarde demai...