Era quase meio dia.
Minha tia fazia feijão.
Uma alegria, parecia.
Benjamin corria corria.
Entre uma fala e outra chamava
-Tia
Apressadamente movia uma panela
Pra pia. Lavava sem notar que vinha
Ou quem sabe há muitos já descia
A cobra que talvez observava e sentia o
Cheiro do feijão da tia.
Quando ela deu fé, uma gritaria.
-chega, alguém me acuda uma cobra
Tá pendurada perto da pia. Socorro, ave maria!
Eu que ainda tomava café, saltei sem precisão
Foi por pouco não cair no chão. Pensei
"Pronto, agora lascô, a Téle levou uma picada, vala mi nosso sinhô"
Juro. Sabe quando sobe uma friagem na barriga de repente quando se leva um susto? Ou uma dor de barriga de torar o bucho? Pois bem, graças às santas, passou!
Minha mãe que não é nada fofoqueira logo se aperreou querendo saber o que acontecia, se a cobra era grande, como ela havia chegado na pia, e o fogo do feijão, quem apagaria?
A cobra foi a sensação! A pobi nem se mexia, mas quando viu o povo naquela gritaria, um filma o movimento, outra dava água com a açúcar pra minha tia... Diga aí que ela desapareceu...
E eu pensando que fim daria a esta quase prosa, a este quase meio dia, a cobra que ainda queria, quem sabe comer, o feijão da minha tia.
terça-feira, 9 de julho de 2019
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