sábado, 11 de abril de 2020

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Estão passando os dias como alimento comido.
As papilas gustativas estão acostumadas com 
o mesmo sabor. 
As manhãs me parecem seguras. 
O primeiro canto do pássaro. 
Desde 3h o galo canta. 
Fico imaginando como dorme 
um pintinho...

Amedrontada, a noite me absorve.
Nem o sono, nenhum sonho se justifica agora. 
A casa tem um cheiro misturado de lembrança 
e perfume barato; já não os aguento mais! 
Estou engolindo o pranto e soltando vaias ao tempo. 

Passo a mão pelo corpo e só sinto vestígios de saudade.
A busca é inútil, porque noite passada fiquei confusa e 
sequer consegui suportar o peso desta casa vazia. 
Saltei na rua. 
Por que é tão difícil olhar no espelho o mesmo reflexo
tantas vezes refletido?

A solidão me atende 
É uma ligação breve e sombria...
O tempo, este fresco, só ri. 
 

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