sábado, 11 de fevereiro de 2023

Descortinar da montanha

Íngreme, os sedimentos que caem 
nos meus olhos também me alertam
sobre os cuidados que devo ter ao 
subir. 

Quando de pé, avistando a altura de 
algumas superfícies, hora o medo vem
e a gente precisa de alguém que segure 
nossa mão e diga: bora subir besta! 

O transbordar do coração com afetos
pequenos ou um olhar atencioso 
se torna natural e quente, então 
me sinto livre. 

Pontiagudos cacos já me feriram tanto 
que não me interesso pelo 
o que me lembra esse doer penoso;

é preferível reparar na beleza que nasce junto 
ao sol e torna essa “coisa do corte” pueril diante 
da imensidão que existe além, substancialmente 
maior e não comiserado sem brilho ou texturas.

A montanha continua imóvel, mas meu olhar 
para ela muda a cada novo amanhecer.


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