terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

O pássaro e eu

Queria ter a leveza dos pássaros 
que ao voarem, dissipam toda pequenez  
do tempo em suas asas 
batendo batendo 

Nesse movimento deixam cair 
algumas penas velhas e não se importam
se quer com elas.

Gostaria de ter a visão dos pássaros
que enxergam a direção do pouso em 
lagos verdejantes, água fresca 
sem medo de jacarés. 

Eu sinuosa desnudo o seio para 
que lambam em vagareza e 
mesmo assim não me contento 
com as demasias da vida carnuda 
em meu corpo espinho agudo 

Transmuto a dor em ponte
e suplico para que minhas asas 
não sejam cortadas pela faca cega
do apego aos caminhos tortuosos 
da paixão pela terra 





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