terça-feira, 21 de março de 2023

Pisando baixo pra não acordar meu pé de feijão

Respiro e daí eu vivo 
minhas células respiram
Existo 

Tenho em minhas mãos um punhado de terra
o feijão que cultivo é pra aprender sobre plantação:

Descompactando memórias, abrindo a medula 
a espécie; o transmutar das minhas dores profundas
porque já fui planta e eis que ergui minha voz 
como quem nasce entre os espinhos.

Sinto tudo por dentro querendo espaço pra crescer 
transitando de órgão em órgão, músculos, vértebras 
cartilagens, ligamentos; correndo em veias, 
pulsando em novidade porque amanhã é dia de 
fotossíntese. 

Oxigenando chão pra colher meu feijão, sentindo a textura áspera de suas folhas e só então 
abraço o fruto macio!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quando durmo

Aprendendo a gostar do efêmero  tanto quanto não me saciar no tempo  das coisas findas rapidamente.  E então me deparo, as vezes tarde demai...