segunda-feira, 20 de julho de 2015

Corpo Estranho

Não chores se por ventura o tempo
Me levar para longe da sua vista.
E se não houver despedida, não se despedace.

Me encontro de partida, morrendo pela
Vontade de ficar e fixar no teu corpo, o
Meu, já decaído e morto!

Não te alegres quando ver o meu sorriso,
Pois nele há somente abundância de tristeza
E complacência. Nem confunda outra vez o
Teu coração com o meu...

Porque no meu já não há sequer compaixão
Pelos pobres, a comoção nos velórios ou
Pelo choro das viúvas! Não há querida,
Nem eu o reconheço.

A poeira vil que o tempo soprou,
Cegou-me os olhos e sobrara apenas o
Tato, para sentir a lonjura de tuas mãos.

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