A gente aprende a sobrar no tempo.
Penso que nalgum lugar os restos são uteis
Comida de rua, bocas secas de fome e sede
Mais uma noite sem dormir por medo de morrer!
É assim que se anda no centro das grandes cidades:
Desconfiado e descrente no amanhã dos outros
Senhores e senhoras, filhos de uma terra sem perdão
Um pai, apenas! Sua mãe de criação é o cão
A peste perniciosa do agreste.
O que lhes rodeia o derredor das pálpebras cansadas?
Falta de pão, ou um milagre do acaso?
Será ajuda do governo?
-Ainda diante desse quadro, muito de nós sobramos.
Somos restos de uma geração contaminada pela
indiferença.
Não me dói a falta dos outros
A minha dói, é ferida.
-E eu sobrei por ela!
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
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