Percorre o corpo
Movimentos retilíneos
Devagar
Respiração rarefeito e
Aquela vontade de cagar!
São fragmentos espalhados
Pedaços de ninguém
Um vaso rachado e flores, e chão
É cheiro doce, vazio e morre.
A friagem que vem me diz que
está, que eu não sou e pelo o que
parece, tá pra desabar e cair, no
mais profundo dos seres, no lago
cheio de serpentes e dentes pra se roer.
O corpo já não é mais
Couro que dá prazer
Sustenta o céu estrelado
um coro de almas nuas
de peitos cobertos e vulva
a aparecer.
Essa não sou mais eu
Nem mesmo reconheço o
meu retrato de dias atrás
Ela me disse uma vez que
tudo passaria como dia...
E passou...
Essa sou eu
Recriei a mim
Deusa.
Aqui imensos mares
para submergir gente.
segunda-feira, 21 de março de 2016
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