segunda-feira, 14 de março de 2016

Penumbra

Do meu telhado caem os retalhos que vento traz la das bandas da praia. Joga sobre chão os restos, a solidão. Dois corpos, um apenas, nu, de todas as noites caladas se abrem as bocas... 

É um sopro de vida a raiar o dia. Outra vez, mais uma, dessa carne que a terra come e que parece insípida de Amor. Oh, se agora eu pudesse deixar por uns segundos de pensar na morte da bezerra, na fome, na sede dos que vivem na rua com o sol de tostar o quengo, nas tardes sujas de cu fedido.

Ah, se na noite que logo virá eu conseguisse penetrar a barreira da tua castidade imposta e te pôr pra dançar comigo sem riscos de errar o passo e errantes fomos e não mais somos quem dança. A gente corre e pula os muros do sentir, vamos pra longe e não tardamos a voltar, e se voltarmos... Que seja logo! Porque não vale chorar e ficar feliz sem o teu olho, e o meu...




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