sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Espelhar


Na minha boca sinto o beijo que já passou
a pele louca na minha pele louca e a fragilidade
dos nossos corpos diante desse mundo todo.
As lembranças são transeuntes lembranças...
Veneno colocado nos meus olhos que antes
não conseguiam ver além da paisagem morrendo
ao meu redor e o convívio selvagem que nos apetecia.

Durante muito tempo me via presa as garras cruéis
de quem ainda por maledicência me tinha
Quando fui mansa e não sabia reagir as mudanças
o clima em mim só era inverno
as minhas pálpebras viviam cansadas, fadigadas de tantas
noites perdidas.

Foram inúteis dias e noite e dias e tardes e mortes.
Sequer sentia o cheiro das outras flores de tão
embebida de ti.

Agora por fora disso tudo tenho em mim a certeza de
que fostes bela enquanto eu te via que era assim como
realmente teria que ser... De longe! Embora o meu corpo
ainda sinta leves pontadas de amor agora e só agora sei
que passavas por mim como um relance da minha própria
imagem que reflete na água e desaparece quando ela turva.


Quando durmo

Aprendendo a gostar do efêmero  tanto quanto não me saciar no tempo  das coisas findas rapidamente.  E então me deparo, as vezes tarde demai...