segunda-feira, 13 de março de 2017



Submeto esses versos para falar desses tempos

cujo argumento maior se encontra no trajeto torturante

até aqui, ainda fresco e vivo.

As armas perigosas entregues nas mãos daqueles que

destroem com vigor as risadas.

Aquilo que come as cidades, uma praga, uma mentira.

Mal consigo pensar, queria mesmo me atirar da pedra

mais alta de Redenção ao contrário me prenderiam para

roer minha língua e fazer de mim um capacho, um limpador

de bosta de seus cavalhos cheios de brilho, crinas elegantes

e superfaturadas.

Devia mesmo me entregar a sangrenta tabela de seus assassinatos

covardes, passar no jornal na hora do almoço, enquanto bebem

o meu sangue e os restos do meu corpo são jogados aos seus

cachorrinhos novos.

Eu sou é ruim!

Ainda que pelos argumentos o TEMER não exista, ainda

que pelos beijos tenha eu que conter os lábios e daqui já

consigo ouvir o tintilar dos copos desse veneno torpe preste

a ser bebido por tantas de nós em pequenos cubos, eu sumo e assumo que

não pelas minhas mãos os corpos serão submetidos ao erro,

ao engano e ao dinheiro serão comprados para amarrar os seus

próprios pés dentro de uma bacia cheia de caranguejos agoniados.

Em um tempo como este que nos é dada a oratória vil para dizer

que os nossos dias são contados e monitorados por um olho universal

que rege até o cu mais cagado e sujo dessa terra e das terras que nos

roubaram enquanto estávamos na beira do nascimento, um parto

doloroso e raro onde nossa mãe morrera asfixiada pelo pai comprado

pelo estado.





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