domingo, 17 de junho de 2018

Tênue é a lágrima

E vai ficando esquecida a gota contra gota que até a pouco escorria.
Chega lenta e logo finda a gota madura que cai. Juro que não lembro
do momento em que a machuquei sob os pés descalços
-ela me feriu como agulhas no útero materno.

Um coágulo engoliu a minha boca, a vermelha boca em que o beijo
não dura, transformando aflição em palavras que o sentido não pendura.
Na capa da noite seguro e na parede do meu quarto cuspo o velho ranço
de tudo.

Não se acostume em ter, não se acostume! Fujo como gato, como diabo;
não sou companhia para desfrutar, sou correnteza que desce e árvore
-não se acostume subir.

Aprenda a não me ter, para amanhã acordar do sonho.

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