domingo, 12 de abril de 2020

Flume

Me rendo ao fluxo do rio,
quem sabe assim não chegue
cansada à margem à terra.
A corrente sanguínea se misturando
as águas, numa constância singular.
Avisto de longe umas ramas de folhas.
Então toco-as com a paciência de
quem quer chegar perto, ou fugir.
Deito no braço do rio.
Só sobreviver a um redemoinho
não basta pra saber falar de redemoinhos.
E também não sei o que há de bastar.
Será fé?
Abro espaço entre as pernas
Conforto minhas mãos e minha cabeça.
Sozinha em fim. Camuflada. Inerte.
Silêncio pra ouvir o balançar do rio
Longo demais; engolindo a própria lama
Agora não há chão.
É tudo correnteza.
É tudo questão de saber boiar.




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