Devoro as palavras com voracidade para que o sobejo não prevaleça vivo sobre a minha pele - distante e confusa - assim considero que trazer a tona o significado, a epistemologia do que sinto: rasgando, engasgando, sobressaltando da minha garganta, não ouse como faca cega a ferir sem pudor.
Ainda que as cores tenham ganhado um brilho sublime e preenchendo todas as camadas antes sépia, com uma saturação de tons quentes, exigir a coerência das palavras em relação a tudo que acontece agora com riqueza de detalhes é parecido com o exame de retina:
A luz
Dilata
O olho
Máquinas
Sons
Ruídos
Visão embaçada
Passos errantes
Tempo
E de repente tudo volta ao normal. Nada mudou de verdade. Retornamos ao que de fato somos em nossas concepções. Peças remontadas de uma antiga construção de crateras e pequenas ruínas, lugares inabitáveis.
Um amargo no final da língua e a lembrança ainda latente da imagem assustadoramente linda de uma mulher que amei a ponto de não saber mais onde tocar e em que parte do sonho, tudo se tornou ilusão, desmoronando sobre meus pés e meus ouvidos ensurdeceram de tanto escutar as lamúrias do que se foi como folha seca jogada na lama em dias de chuva.
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ResponderExcluirMe equivoquei na leitura do poema. Descrevi a mulher errada.
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