Essa chuvinha fina da manhã,
abriu uma camada aqui dentro
Os dias passam ligeiro de mais, mãe!
Sinto falta de você e quero poder voltar em casa
pra te dá um abraço forte, ouvir tua vozinha linda
teu cabelo lindo, teu cheirinho…
Meus sonhos parecem distantes, mãezinha
e sei que os seus um dia foram assim, distantes…
Eu acordo cedinho e ouço os pássaros daqui
que nem se comparam com os da Sapi.
Queria ter dinheiro suficiente, ou um veículo rápido,
pra que mesmo com a ligeresa das coisas, passar
aí pra te dá um cheiro!
O vô disse que fui mimbora, mas eu nem fui…
ainda tô aí, sabia… e todos dias sinto saudade, não
tem sequer uma hora da minha vida que meu coração
não pulse no ritmo certinho, devagarinho, calmo
igual os passos do sinhô, vô.
Estar perto do centro agiliza muita coisa, mas trago
aqui dentro a tranquilidade da lagoa,
a vontade de mergulhar fundo naquelas
águas turvas e a ventania das árvores em meu caminhar
Eu andarilha permaneço atenta, e choro porque é
mais difícil pro meu corpo correr tanto tanto tanto
e chegar cansada nos lugares, atrasada e ainda sim
Viva!
Me sinto forte e assim
vou me valendo, capacitando e existindo
Em presença e saudade!