quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Quando durmo

Aprendendo a gostar do efêmero 
tanto quanto não me saciar no tempo 
das coisas findas rapidamente. 
E então me deparo, as vezes tarde demais, 
com o peso das coisas;
quando algo esbarra na minha frente ou 
quando tropeço nos escombros que amontoei 
pensando no amanhã. 

Estou cultivando um pouco sementes
de maracujá, pitanga, urucu e pipoca.
Mexendo na terra como quem pega no 
coração e dá uma sacolejada, porque nem 
toda terra é adubada o bastante e nem 
todo coração é arraigado de sangue para sempre;
logo se faz necessário o toque para sentir. 

Tenho abraçado meu corpo em silêncio e 
observado as colisões do gesto comprimindo 
nesse abraço um pedaço do mundo inteiro
vivendo dentro de mim. 

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