sábado, 8 de março de 2025

Meu avô se foi

O vento forte nesse inverno me faz lembrar 
da casa de minha mãe, dos dias em que a lama
corre na rua e é como sentir o cheiro apurado de 
uma infância que nunca vai embora.

Revisito as memórias e as lágrimas 
caem como folhas envelhecidas de uma grande árvore 
centenária. Ecoam palavras, gestos, sorrisos e tudo que
admirava nele, quando seu lamento era tão profundo 
a ponto de desejar morrer. Não porque vivia mal, mas 
pela “ferrugem corrosiva” que a velhice causa no corpo
humano. 

Tão lúcido ele era, tão esperto e inteligente, que só 
me orgulho de ter sua genética. Meu avô foi um homem 
negro, pobre, que criou os filhos das filhas, alguns levam seu nome no registro de nascimento e o chamam de pai. Não consigo sequer imaginar sua grandiosa 
generosidade paterna que me ajudou a superar traumas, em sua gigantesca sabedoria, sempre me foi carinhoso,
presente, vivo e assim permanecerá.

Vou sentir saudades eternas do meu querido avô.
Tudo que sei hoje uma boa parte veio dele, o perseverar
na imaginação criativa do futuro próspero, a confiança 
no trabalho que realizo e com certeza, a vontade infinita
em viver o melhor dessa terra. 


Rugar

Quero viver sem pensar em um abrigo  nenhum lugar as vezes eu contorno a mesma rua  pra tentar chegar aqui Percebo que me perco  caminho mes...