segunda-feira, 20 de julho de 2015

Calar-dar-Azar

Escrevo porque não tenho como me pronunciar.
Escrevo por medo de errar nas minhas falas ditas.
Escrevo para curar minhas chagas: enormes e podres.
Escrevo como quem não quer nada na vida.

Escrevo com os punhos cansados.
Escrevo as minhas palavras tantas vezes retóricas.
Escrevo de tal modo a me ouvir gritar.
Escrevo porque o computador insiste em travar.
Escrevo sem noção de poesia.

Escrevo a puta que te pariu.
Escrevo palavrões: Viva o Brasil!
Escrevo o amor das minhas noites vazias.
Escrevo ao pai, a mãe a filha.
Escrevo terminantemente as tuas curvas.

Escrevo sorrisos de nada, nem alegria.
Escrevo o meu reprovar na disciplina que eu não ia.
Escrevo música sem métrica.
Escrevo e digo mais:

-MESMO QUE NÃO HAJA FESTA, eu lavarei
as minha roupas!

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