terça-feira, 4 de agosto de 2015

A moça...

[...] cobriu os olhos porque quis chorar sem que ninguém pudesse ver-la, uma ideia falha, pois quem estava no ônibus aquele horário de pico, audivelmente ouviam o choramingar infantil que sai do espaço que as mãos curtas deixavam escapar.
Uma moça, parecia ter perdido algo muito valioso, seu pranto penoso era de dar do. Contudo ninguém se comovia, a musica alta, o burburinho da lotação daquela especie de lata com rodas, faziam duetos com as lagrimas que escorriam sem pausa, nem melodia dos olhos encharcado da mocinha.

Passei longos minutos pesada, aflita e com uma vontade quase consumidora, de por aquela doce criança (atribuo com carinho a moça, pois aparentava ter 21 anos completos) no colo e dar-lhe qualquer coisa que acalentasse e a poupasse de tao imensurável lastima.

Porem algo inesperado, um carro se choca com o ônibus e foi como arrancar de mim o folego da vida e para minha tristeza atingiu 3 pessoas, uma delas...

A moça bela, mesmo debruçada ao solo do interior do ônibus coberta de sangue. Parecia está Vestida de noiva, uma espécie de buque em punho. Suja, completamente suja!
Mais linda, como a lua coberta de nuvens brancas e passageiras, tal como a vida!

Hoje sei porque chorava e qual foi seu ultimo desejo...

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