terça-feira, 10 de novembro de 2015

Presente raro


















Estou desperdiçada sob a luz
dessa taberna e na brecha que
se alarga na escuridão, meu corpo
é a poeira rasteira a cegar os olhos da cidade.

Contém medos nessa cama, sem beijos de ninguém
e abraços próprios até os braços se encontrarem
nas costa.

No badalo do relógio, passos de dança a calar no
oco do tempo que passa... Passa... Passa. Sem ao
menos repetir essas horas cintilantes com vestígio de
pretérito!

Por que diabos havia de se repetir? Ora, o que jaz passado
não retorna como vassalo do vão querer, chega como calo:
permeia a tua calma até enlouquecer.

Quisera eu ser soberana da minha lucidez, logo não
precisaria de mais desdém de ninguém...

Mas louca estou! E sou sujeita incompleta deste corpo,
desse couro:

-Desça cama á baixo. Vira comigo presente?

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