Queria segurar suas mãos e não afundar vigorosamente
como os velhos bêbados em queda num buraco cheio de baba,
como o sopro de vida que vai, rasgando meus pulmões e
desesperando-me sofrega...
Porque o oxigênio durou até eu encostar meu corpo frígido
numa pedra pontiaguda e esvaiu em bolhas escurecendo
minha visão.
Eis que vejo agora como num sonho,
os teus cabelos, a tua face pintada, o teu olho.
É ver de baixo o infinito mar a refletir
o sol e formar dentro pequenos cristais catalizadores.
Emergi e aqui pareço renascer e ser outra como nunca fui,
e a areia que entrou na minha concha é perola pra enfeitar
o seu pescoço e ser teu patuá...
E o sonho daquela mulher
azul pintada de amarelo-sol não ia com o passar dos dias.
Acordava e dormia, e ela lá, sem saber de mim...
E eu aqui sem saber sonhar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário