Beiro nessas calçadas vis
um corpo meu oblíquo,
reprimindo olhar para esta
lua entre fios. Minha face
outrora leve e feliz, se estraçalha
a medida que sinto em mim o rastro
da languida aurora que virá...
Meu amor é vidro quebrado furando
os pés de quem não atenta para baixo
com cuidado
- eu machuco sem piedade.
Há insetos tomando de conta do
resto de mel que adoçava o fluido do
copo, e dentro de mim é um oco sem
fim...
Queria não sentar e chorar nos ombros
sujos dos ônibus desconhecendo assim
o motivo de tal lástima: perigosa e ingênua.
- preciso aprender a gostar mais de mim...
pois lá fora vejo minha sorte sendo levada
pelas mãos de quem não me quer.
Alguém pode me afagar? Este momento retendo
o ar de meus pulmões e me fazendo gelar os lábios,
meu canino sequer tem forças para morder a próxima
vítima desse coração frígido.
Será que ao menos posso enxergar além do que
esses olhos cansados quer?
Sinto-me muita...
sábado, 27 de agosto de 2016
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