terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Tardia

Nas ruas... O choro...
Calçadas e papelões
Roupa de Natal? 
Papai Noel é um patife
vestido de ódio e pena.

Quando pequena, admirava os cartões 
natalinos que minha mãe recebia de seus patrões tolos.
Ficava a imaginar aquele lugar gelado, as letras de felicidades... 
As vezes ela ganhava uma cesta com doces e vinhos.

Há secreção no meu nariz...
Sangro ao percorrer o caminho.
Até chegar aqui, meu coração 
despedaçou-se. 
E chorando 
Vi uma estrela cadente
Num rasgo cortante 
No céu que nem é meu... 
O pedido que fiz é o de sempre...
Por vezes, o visualizo no seu sorriso...

Um pedinte e dois reais de gratidão.
Meu coração está quebrantado, contrito.
Meus olhos cerrados.
Minha bicicleta pesada. 
A rua sinalizada.

Eu sempre estou só com meus pedidos. 





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