terça-feira, 21 de março de 2023

Pisando baixo pra não acordar meu pé de feijão

Respiro e daí eu vivo 
minhas células respiram
Existo 

Tenho em minhas mãos um punhado de terra
o feijão que cultivo é pra aprender sobre plantação:

Descompactando memórias, abrindo a medula 
a espécie; o transmutar das minhas dores profundas
porque já fui planta e eis que ergui minha voz 
como quem nasce entre os espinhos.

Sinto tudo por dentro querendo espaço pra crescer 
transitando de órgão em órgão, músculos, vértebras 
cartilagens, ligamentos; correndo em veias, 
pulsando em novidade porque amanhã é dia de 
fotossíntese. 

Oxigenando chão pra colher meu feijão, sentindo a textura áspera de suas folhas e só então 
abraço o fruto macio!


sábado, 4 de março de 2023

Ainda é madrugada

Acendi uma vela de proteção…

É difícil dormir quando 
as lembranças recentes 
adormecidas, acordam 

Tudo que gostaria nesse momento 
era de estar na bahia… 
na ilha de gamboa 
onde a brisa calma batia em meu
corpo e trazia esperança

Mas agora esse silêncio na casa me deixa 
inquieta, desperta e querendo ir embora…

sexta-feira, 3 de março de 2023

Pingado inesperado

A falar primeiro 
depois a escrita para decodificar 
os sons fazendo enxergar tal 
como é perfurando batidas 
repetidas que penetram no fundo 
então fixando a 
palavra na cabeça 
no exato momento, 
Ora fechando 
Hora do café 

Quente preto
-como eu!

prestes a não usar as palavras 
para significar o que sinto 
rasgando
morno 
pendurado torto 
sem forma ou saber 
seco 
fedendo 
suando asfixiando 
distante confuso 
misturado 
lento 

tudo em um vão onde a chuva penetra 
através das goteiras que nunca cessam
molhando a casa e fazendo brotar 

-sei lá o que… meu cabelo não 
gosta de chuvas inesperadas 



Quando durmo

Aprendendo a gostar do efêmero  tanto quanto não me saciar no tempo  das coisas findas rapidamente.  E então me deparo, as vezes tarde demai...