minhas células respiram
Existo
Tenho em minhas mãos um punhado de terra
o feijão que cultivo é pra aprender sobre plantação:
Descompactando memórias, abrindo a medula
a espécie; o transmutar das minhas dores profundas
porque já fui planta e eis que ergui minha voz
como quem nasce entre os espinhos.
Sinto tudo por dentro querendo espaço pra crescer
transitando de órgão em órgão, músculos, vértebras
cartilagens, ligamentos; correndo em veias,
pulsando em novidade porque amanhã é dia de
fotossíntese.
Oxigenando chão pra colher meu feijão, sentindo a textura áspera de suas folhas e só então
abraço o fruto macio!