terça-feira, 19 de maio de 2020

Violenta

Esse tipo de naturalização da violência acomete traumas.

A lágrima escorre corroendo a face e
expondo ao instante noturno, uma tristeza sem comoção prévia.
Me vejo nos contextos noticiados diariamente.

Toco meu corpo...
Essa fragilidade existente que muita gente não se importa, por quê?
Não aprendi a chorar por falta de brinquedos. A gente sempre soube inventar bonecos de areia preta, barquinho de papel que logo se desfaziam nas competições aquáticas nas poças de lama...
Tínhamos alegria mesmo sem saber o que nos faltava.

Esse tipo de naturalização da violência acomete traumas.

Aqui, a criança desde cedo sabe o que é punição e muitas vezes a mãe chorava porque não sabia educar. Eu via!
Quando batia dizia "é melhor apanhar em casa do que na rua".
Você apanha se pegar moeda escondida. Se falar mais alto leva mãozada nos beiço. Escola chamou a mãe "vai levar uma surra se for reclamação sua"
Brigou na escola, iih...
Ficou brincando até tarde na rua e a roupa tá toda suja? Já era!

Esse tipo de naturalização da da violência acomete traumas.

A rua não ensina: um baque da polícia é humilhação para jovens pretos. Correr em qualquer hora do dia é um susto pra tia que chama a polícia dizendo que tem neguim de olhou na sua casa.
Andar com celular na calça? Nem pensar! Caso você queira fazer uma ligação (ex. Dentro do ônibus) a galera vai pirar.
Porra!



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quando durmo

Aprendendo a gostar do efêmero  tanto quanto não me saciar no tempo  das coisas findas rapidamente.  E então me deparo, as vezes tarde demai...