terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

O pássaro e eu

Queria ter a leveza dos pássaros 
que ao voarem, dissipam toda pequenez  
do tempo em suas asas 
batendo batendo 

Nesse movimento deixam cair 
algumas penas velhas e não se importam
se quer com elas.

Gostaria de ter a visão dos pássaros
que enxergam a direção do pouso em 
lagos verdejantes, água fresca 
sem medo de jacarés. 

Eu sinuosa desnudo o seio para 
que lambam em vagareza e 
mesmo assim não me contento 
com as demasias da vida carnuda 
em meu corpo espinho agudo 

Transmuto a dor em ponte
e suplico para que minhas asas 
não sejam cortadas pela faca cega
do apego aos caminhos tortuosos 
da paixão pela terra 





quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Meu corpo é sagrado

O descamar é feio, mas ainda sim
é precioso. 

Não quero mais sugerir o toque com atenção, 
acho que já exponho demais o que sinto… 
 
Quero que reparem meu semblante mudado, 
minhas buscas estáveis e as estratégias em 
permanecer viva, caso contrário, serão irrelevantes 
as tentativas de me acessar.

Percebo que as distâncias são resultados do 
não interesse em cuidar

sábado, 11 de fevereiro de 2023

Descortinar da montanha

Íngreme, os sedimentos que caem 
nos meus olhos também me alertam
sobre os cuidados que devo ter ao 
subir. 

Quando de pé, avistando a altura de 
algumas superfícies, hora o medo vem
e a gente precisa de alguém que segure 
nossa mão e diga: bora subir besta! 

O transbordar do coração com afetos
pequenos ou um olhar atencioso 
se torna natural e quente, então 
me sinto livre. 

Pontiagudos cacos já me feriram tanto 
que não me interesso pelo 
o que me lembra esse doer penoso;

é preferível reparar na beleza que nasce junto 
ao sol e torna essa “coisa do corte” pueril diante 
da imensidão que existe além, substancialmente 
maior e não comiserado sem brilho ou texturas.

A montanha continua imóvel, mas meu olhar 
para ela muda a cada novo amanhecer.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Pequenito coracion

estoy a usar las palabras que
sei em español para hablar 
diferente 

miro el horizonte com una 
alegria muy bonita y mi alma és 
un pequieno sueño abrasador 
pero estoy cansadita demasiado 
y la medida que o tiempo passa,
arregalo-me os ojos com tanta 
brutalidad 

los meses pessan
y una manera de 
alejar instante mi pensamiento
del rumor lo que yo siento
pero mi canto és muy major 

No faz mais sentindo hablar 
quiero abraçar mi cuerpo fuerte 
e no sintiera tan solo una vez mais 

domingo, 5 de fevereiro de 2023

Colheita sem arado é engano

Saber plantar com cuido!
A terra que nos guarda, também 
pode amaldiçoar. 

Planar sobre a plantação 
Observe os códigos.
Não se faça de doido!

Há sementes que permaneceram 
intactas e outras que germinaram 
em grandeza, e não são lembranças 
de uma terra fértil, é abundância que 
nos é garantida.  

A memória de quem somos hoje
não é nada diante dos sonhos de 
nossa ancestralidade tecnológica-cósmica 

[mistura de assuntos com base em pesquisa pessoal]
Sinapses, impulsos elétricos do  
cérebro gerando conexões extra-sensoriais,
atravessando a terceira dimensão, abrindo 
caminho: dos pés cansados e calejados
dessa geração, eis que nascerá o fruto mais 
cobiçado pela epigenética

Um forma de transmutar através da energia  
vibracional para um estado de equilíbrio entre 
a parte racional e emocional do cérebro sem 
que o DNA seja alterado. 

Quando observamos algo, 
esse algo também 
nos observa

Para onde lançamos 
e permitimos olhar?
Qual a frequência que vibra 
em nossos pensamentos mais 
profundos?

O fazer sentido impede o sentir. 

Decodificar códigos mas nunca 
se ater aos códigos. 
É chegada a hora em que nossa
alegria será abundantemente mais
e não é uma demagogia religiosa…

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

O fruto doce do desejo

Me toco 
Ainda por um triz
Tudo pequeno 

O desejo com seus dentes de leite
morde devagar zinho zinho zinho
Eu tenho calma no gozo 
Uma paciência morna 

Afinal a vida me fez agnóstica 
e esperando um pouco o juízo achar 
assento na cabeça, 
vez e outra me encontro à espreita 
deliciando a malícia nascendo em 
pelos arrepiados







Quando durmo

Aprendendo a gostar do efêmero  tanto quanto não me saciar no tempo  das coisas findas rapidamente.  E então me deparo, as vezes tarde demai...