Líquido que ameniza, mas não cura.
Queria não vê, sequer tocar ou desejar.
Observo os movimentos das pessoas-marés e
controlando a saída de ar para não faltar na próxima braçada,
continuo vagarosa nesse oceano a minha procura.
Debruço nos versos em ninharias e ainda assim
dizem que minha escrita densa parece tristeza.
E se for?
Pode uma mulher-homem-mulher falar sobre as
tristezas que se fundem a tantos caminhos?
Ou devo apenas ficar de pé, cansada,
sobre os cacos equilibrando minha cabeça?
Parece que esse choro não é meu.
Sinto e aqui deságuo.
A travessia do atlântico me agonia
A travessia do atlântico me agonia
A travessia do atlântico me agonia