segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Há um jeito antes que eu morra?















De tanto ver nas ruas a presença
sorrateira do diabo, que insiste em
tragar um por um os seus subordinados,
Eu peço arrego!

Aqueles que estão no tráfico, no tráfego pedido
esmolas; na chuva, bêbados de cólera, roubando
a velhinha que implora:

-Meu fi, tenha piedade, o dinheiro é pra pagar as contas!

Se foi... Um por um, lembra?

Ninguém vai citar seus nomes quando chegarem ao céu.
O inferno está cheio de crianças, negras e pobres!
Pais de família desempregados, assalariados que morrem
no fogo que Eu acendo todos os dias.

E você, aonde está quando todos estão chorando?
Seu amor só é válidos para sua(o) namorada(o), sua
família, seu carro?

"Amai uns aos outros".

Ninguém ama mendigos sujos, mortos de fome.
Eles choram...

Enquanto passo, invado suas calçadas.
Eu também choro as suas dores!










Time Line















Queria continuar sendo, porque não
A linha tênue desse teu passado.
Carregado a tanto, inigualável fardo.
Assim terei quem sabe, de ti o ácido
degustar dos beijos.

Porém ainda é cedo para suicidar-se...

De ti, desconheço tudo, até o falso sorriso
de amarelos dentes. E a confusa desordem
do teu humor escamado e pueril.

Passas como quem vai ao abate: triste
e infeliz. E eu, sou teu abatedouro: vil e
também infeliz.

Por que não estás aqui?
Ora, ainda penetras incessante a minha
mente condicionada a morte!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Restos

A gente aprende a sobrar no tempo.
Penso que nalgum lugar os restos são uteis
Comida de rua, bocas secas de fome e sede
Mais uma noite sem dormir por medo de morrer!


É assim que se anda no centro das grandes cidades:
Desconfiado e descrente no amanhã dos outros
Senhores e senhoras, filhos de uma terra sem perdão
Um pai, apenas! Sua mãe de criação é o cão
A peste perniciosa do agreste.


O que lhes rodeia o derredor das pálpebras cansadas?
Falta de pão, ou um milagre do acaso?
Será ajuda do governo?


-Ainda diante desse quadro, muito de nós sobramos.
Somos restos de uma geração contaminada pela
indiferença.


Não me dói a falta dos outros
A minha dói, é ferida.
-E eu sobrei por ela!

sábado, 15 de agosto de 2015

Ser Tão conforme


Me esquecer em mais uma madrugada

Jogada na marginalidade das ruas do benfica
Não consigo
É longa
Parede, fora de mim

Meu amor!

Ouso outra vez transfigurar a retina
Corta-me-ei um punho
Farei do outro corrente de fuga

Arte!

Constelações e um céu,
que tinha outro céu no seu,
minha abstração dispara

Mesmo que o meu
diferente do nosso!

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Relatos de uma tarde sem chorar.

Vi com olhos de morte a minha sorte cruzar a esquina.
Eu, com sorriso no canto da boca e uma cara de quem nada viu.
Ela, passou e nem sequer colocou a vista em mim, passou e se fez
de louca e sorriu com braços dados.


Ficamos por mais de horas no mesmo espaço e uma ânsia me subia
de vez quando a garganta e por entre os lábios, os dentes trincavam
a minha amargura.
Por fora, podemos fingir quem somos por dentro, mas por dentro...


Ah, essa esperança imaculada, imortal e imoral que me toma e me
prende com seus braços largos e seus abraços diversos, me surpreende
nos sorrisos das crianças, no olhar atencioso do Meu Bem, e me leva embora
de mim na embriaguez de um vinho barato!

Dela sorriso

Assim como és em toda existência, enigmática!
Também vadia das minhas inspirações findas.
Mordo-me us dedos ao te ver.

Na rua mau iluminada, faço do teu sorriso
a incandescente luminária da noite: minha lua!

Se algum tempo nessa vida fostes minha, tua és
inteira metade dissonante dos meus acordes atonais.

Que o universo prolongue os meus olhos para
admira-te os risos.

Amor perigoso, ateia fogo em mim que já morro
de felicidade quando vejo ela assim:
Sorridente como relinchar de jumento em pleno
Meio dia.

Deitar

Sob o teu corpo a minha cura.
Do tempo de amargura ao leito de
loucura das tuas curvas desenhadas nas
ruas por onde a tua ausência grita.

Orla de Fortaleza, ponta do mar que segue
e leva até a barra o cheiro dos teus cabelos
sujos.

Ai, teu cheiro é saudade de casa...

Na areia sob a luz da tua lua, atribui a ti
o brilho de suas fases. faces e desfaces.
Incompreende meu ser, e de tudo ti fiz
dona, até da minha morte a tua suposta culpa.

Hoje deito sobre teu corpo inexistente.
Vejo teus olhos por cima dos colchões.
Durmo.

Eu fugitivo

Do ócio
Do ópio
Do vício
Do bandido
De rua

Da verdade
Dos fatos
Da aceitação
Da realidade
De solidão

Do ar
Da graça
Da moça
Dos olhos
De tarde

Do sol
Da cidade
Dela!

Com tudo

Colocar num barco o Amor sozinho.
Ora morre, ora encontra uma ilha e faz
morada eterna.
Contudo, morre o Amor!

Enquanto a lembrança for saudade reprimida,
felicidade vivida
e tristeza reverenciada,
Haverá Amor pra se dar.


Lamento

Deixa ir nas ondas,
Sonoras horas de silêncio que envolve este momento.
Mais real seria se a ausência se calasse com um cálice
adocicado de vinho São Bráz, ao invés de revolveres
apontados, engatilhado e "pow" na minha cabeça.

Respiro... Fingindo de viver!

E na fumaça que emana dos veículos e das indústrias
Não se comparam a fumaça que o fogo do
meu corpo faz por qualquer outro corpo.
Chegando a gerar chuva ácida.

(Veja, pode ser qualquer corpo)

anúncio "VENDE-SE CARNE".
               

Idioticil 0,5mg

Outra vez tudo começa a rodar. Do nada, náseas.
Aquele amargo salivar e de quebra uma montanha de lixo
em frente a lanchonete.

Umas horas da manhã, caminhar baixo, pouco calcar dos
dos sapatos. A luz mal se via naquela hora boa pra morrer!

O ar encheu-se de uma imensa e pesada paz, que chegava
a faltar nas narinas, nunca sentir. Estranhei o que havia
em volta. Cambaleava, quase cai numa poça, de lama já
estava cheia.

Quase cai nos pés de quem me chutou uma tantas vezes.
Mas aprumei o passo e seguir...

Imensa e pesada nas ruas de Fortaleza.


A moça...

[...] cobriu os olhos porque quis chorar sem que ninguém pudesse ver-la, uma ideia falha, pois quem estava no ônibus aquele horário de pico, audivelmente ouviam o choramingar infantil que sai do espaço que as mãos curtas deixavam escapar.
Uma moça, parecia ter perdido algo muito valioso, seu pranto penoso era de dar do. Contudo ninguém se comovia, a musica alta, o burburinho da lotação daquela especie de lata com rodas, faziam duetos com as lagrimas que escorriam sem pausa, nem melodia dos olhos encharcado da mocinha.

Passei longos minutos pesada, aflita e com uma vontade quase consumidora, de por aquela doce criança (atribuo com carinho a moça, pois aparentava ter 21 anos completos) no colo e dar-lhe qualquer coisa que acalentasse e a poupasse de tao imensurável lastima.

Porem algo inesperado, um carro se choca com o ônibus e foi como arrancar de mim o folego da vida e para minha tristeza atingiu 3 pessoas, uma delas...

A moça bela, mesmo debruçada ao solo do interior do ônibus coberta de sangue. Parecia está Vestida de noiva, uma espécie de buque em punho. Suja, completamente suja!
Mais linda, como a lua coberta de nuvens brancas e passageiras, tal como a vida!

Hoje sei porque chorava e qual foi seu ultimo desejo...

Quando durmo

Aprendendo a gostar do efêmero  tanto quanto não me saciar no tempo  das coisas findas rapidamente.  E então me deparo, as vezes tarde demai...