quinta-feira, 23 de julho de 2015

Tuas coxas



Nos encontramos ali, no tinindo Verde das árvores.

Logo não tardamos a nós perder de novo!

Por que falar de ti? Isso também é denominado desrespeito.

Não te quero ter em meus versos, flor de laranjeira, lírios cruéis!

Deliciosa manhã de sol, teu sorriso estridente das manhãs corrosivas.

O extremo dia chuvoso ao entardecer da noite, meu por-do-sol.

Meu diamante lapidado a olho nu, desde fio do cabelo que ainda

não nascera, até a raiz dos passos teus enraizados aos meus onde

que quer tu passe.

Cheiro nostálgico enche meus pulmões de puro furor de alegria,

harmônica orquestra sinfônica, dissonante dos meus acordes atonais,

minha música suprimida. Meu desejo, proibido libido das tuas coxas.

Dona Saudade!




Ando só como quem acompanhada não andaria. Subo as ladeiras, topo nas pedras que rolam no caminho. Apanho o ônibus e desço por trás sem pagar 1 centavo!

Difícil seria não saber argumentar (saudade)

Irrelevantes são os que não sabem contar seus dias, contudo esquecem com facilidade o que comeu a 3horas antes de cagar. No entanto o contratempo de pensar segue-se com o penar: é só questão de força abdominal e sai tudo direitinho...
No meio de tantos tolos sabidos, não tem um que fale de saudade.

São novos tempos... Não convém sentir saudades! -justifica o velho sábio sem saber da novidade -sua filha acabara de ser alvejada a bala, à tiro queima roupa, bem na pleura Central do coração.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Tosque

Com o coração turvo as margens de um rio, ia eu retirar com água doce o sujo que ficara acumulado nas artérias e uma tremenda dor nas costas seguia devido ao movimento contínuo.

Eis que surge no meio d'água já turva de coração sujo uma folha rabiscada com os dizeres: "malmequer, bem me quer" Eu, a curto prazo nada entendi, afinal não é comum encontrar uma folha naquele estado né!?

Com o coração mais aliviado voltei-me atenção à folha com os rabiscos meio apagados. Sem perceber que havia mais algo escrito a levei para casa e para minha surpresa a folha se transformou em Ouro, do outro lado da folha outra palavra: "vida" logo "vida malmequer, bem me quer".

Não me demorei e com minha folha de Ouro comprei um novo coração -que uma moça bem parecida vendia em alguma esquina...

(... ) até quis entregar para ela o novo coração, mas ele era tão... diferente, sabido e estúpido ao mesmo tempo que me aguçou a vontade de ter-lo.

Agora eu tenho um [coração] novo e me adapto as suas batidas intensas, tanto quanto antes. Um novo ser, por mais estranho, sensorial, sensual que interioriza o lindo! Externa o viver...

...Cheio de vazia

Qual o sentido da fome?
1 (um) vazio.

Da sede?

2 (dois) Vazios.

Saudade?


3 (três) vasilhas.
Dolores?
1 (um) dorflex a cada 8h.
Na Real, somos feitas de vazios. E não é melancolia minha! Lembra da tua falta de estima em uma bela tarde de sol (? ) e chuva? Da vontade de se relacionar e através da subjetividade

-porque sim, postamos nossas vidas. Nos identificam: culpados e desculpados..

Sequer pensamos se matamos ou morremos na sangrenta batalha de atenções e se acontecer foi mero descaso do destino.

Tão frágeis quanto um trago!

Avalí se pudéssemos levar qualquer coisa dessa vida... Porque nela trabalhamos e como recompensa: a morte!
Relembre a falta de estima, os vazios... Junte tudo e coloque em um envelope escrito "morte" jogue numa espécie de triturador. Multiplicados se somaram como um só e está aí o que você é!
Aproveite e não distribua por ai os seus vazios (múltiplos) e nem se der a ponto de senti-los tão palpáveis quanto a morte.

Haja virgula

Há, contudo, virgulas, em tudo!
Portanto, uma pausa...
Um batuque, num campo minado. Sangue.
Coração despedaçado e uma bomba rasga lata 
na boca do cachorro pé-duro, um choro,
uma risada. E "pum" sacrifício de inocente.

No muro, calangos mortos a pedrada.
A criançada se diverte a troco de nada
Nas calçadas... as mães paridas, outras nem
donas de casa, nada... Virgula!

Pais embriagados nas avenidas, nos becos
nos carros. Atropelam Marias, matam Joãos!
Josefinas morrem por um pedaço de pão.

E ainda há, virgulas para denominar as tragédias
vividas.

Eu pari um coração!



Vestigionatária










Em mim vestígios ver-te, apodreço em sorrisos!
Saio do compasso, digo: sou como pedra impermeável,
vidro cortante em cerol de arraiá pipa, no meio da avenida
Que o coração dispara como revólver.

Fui roubada...
Fui roubaaada...
Fui rooouubaaadaaa...

Vaso da noite, minha flor de laranjeira
















O teu cheiro vinha no instante em que eu ia...

Mas nada parecia como antes, algo distante se estendia... Como o areal da vasta praia. Se misturou com a brisa e a poesia, ficou a bailar na lentidão das nuvens. Saltou dos teus poros e pairou aqui, no vento que fazia. Até arrepiar minh'a espinha.

Não era fundo, nem raso: acolchoado e duro, áspero; amargo e doce...
Era açoite em tais dias de nostalgia, do mais alto se via que ia sem esperar para o jantar.

Alegria, alegria, alegria era de chegar. Braços que não me dão mais aconchego, cai na realidade da noite, que passa quase sem eu respirar.

E para não sentir o teu cheiro, mesmo sem gostar de perfume, resolvi me perfumar!
Fui à esquina, vi os brotos na quadrilha. Com um sorriso de se estranhar...

Sorri!

Sem títulos

Ó delinquente insanidade!
Por que me dar as mãos para
Contigo dançar?
Como se de mim Eu não fosse,
Como minha és: contínua água na boca,
Salivo-te os seios; farta de ti, calma!

Covarde sou, por clamar-te com vigor,
E na hora do "pega pra capar"
Me assusto, corro as léguas de leves'

E pés cansados, e mãos. Bocas e mente!
Menti.

:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Minuciosa e medonha: ancora no meu
peito é o teu amor. Como naufragas sem
medo nos meus beiços? Que liberdade
te dei para tomar-me o fôlego
em um olho só?

Afrouxa teu nó, mergulha
no meu mar. Despida comigo! Deixa
eu em ti navegar do umbigo ao
circular do sangue.


"Fode-me com Amor."

Ônibus do Siqueira










Se é o silencio que hoje Nos envolve: Silenciemos-nuas.
Sentamos-nuas lado a Lado como Desconhecidas
E em mais uma curva Assim o fomos: Desconhecidas.
Sabe desde quando?
Como?
Por quê?

Paramos, nos olhamos. Piscamos. Esquecemos A imagem, mas hora e Outra lembramos: viva, Lúcida e Transfigurada, já não és a mesma!

Silenciadas pela paz ou inferno de Nós.
Calada de boca, e mente a gritar: Reage!
Nos despedimos e a saudade do Que já fomos vem atona e atoa, Atua em nós como parte de nossos Ossos. Morada e namorada: do Silêncio e da saudade!

E mais uma vez, eu só quero um Corpo nu igual o meu e o teu. Despido de mundos, de falta, de Tudo. Somente nus...

Sobriedade

Nas lacunas espaçosas e vazias estão:
O ontem, agora, o depois.
Processos lentos de uma vida sem costumes se fazem presentes no interior de mais um ser, antiquado e medíocre.

Pelas brechas da solidão que o amanhecer cor de laranja-vermelho traz, emoções prematuras estão a morrer e a ceder do tempo o seu escárnio.
-Soube ontem da sua ida!
E por longos momentos me puseste na caverna imensa da sua indiferença.
-Mas já se foi...
Graças!


Vou te deixar















Guardada aqui, no fundo de mim.
Nas profundezas que ocultam a luz.
Na interrogação simplória que a noite se fez.
Certamente, o raiar do dia que ia, ia, ô!

Na palma da mão que bate o coração.
Solado do pé, que o samba dita.
Rima incompleta que passa despercebida.
Como o beijo que não me roubou...
[...] Calada! Para que descubra o silêncio que
Completa o tagarelar do palpitar.

Imensos céus e mares, e um peito cheio de amor... E dor

Véspera de Fim de ano

Sugiro aos que ainda colhem de suas reles vidas o esforço escasso de ter-las, um breve afago da sorte de uma morte tranquila.
Ainda há quem diga que a loucura é inimiga do Amor -se bem que ultimamente o Amor tem me valido um penar louco. -contudo, amo sem contexto ou prévia de sofrer.
Na sobra do que morrer em um dia nublado, meio opaco e sem ventania: Nem a relevância de um novo ano; ou mais um acontecimento catastrófico na superfície da terra, muito menos a possibilidade de converter-me a soberania exposta da natureza, me abrem o apetite para atentar a vida. Sobretudo, recolho meus versos diante dos corpos enfeitados de tragédia familiares, sociais e econômicas -inserindo as minhas tragédias sentimentais e a culpa mental justificada por mentiras.
Suponho também que o ano que vem não traz desdém e nem sorriso de ninguém, levando em conta a ocasião que estamos submersos, seja por desejos insubstituíveis ou medos de seguir...

FElizabeth que fora feliz.

Realidade na reabilitação
















Certa vez a Realidade ficou viciada.
Na ilusão dos sons. Nos desfechos das cores;
E... Na insônia dos sonhos.
Dama Realeza, fora utópica em seus desejos.
Forjando até beijos que flores não dão.
Carinhos múltiplos de escolha, e do corpo se fez Ladra.
E agora vaga "sujes-imunda" pelas ruas do Centro.
Fora pegue virando latas, comendo comidas estragadas...
Realidade vagabunda! -Muitas vezes foi citada pelas vidas desgraçadas e
inúteis de viver. Rua dos amores, travessa dos horrores, n° 69.
Realidade na Reabilitação compulsória, pois foi encontrada beirando a
morte na estrada da solidão, juntamente com ela: mentiras e verdades
se confundiam!

Pobre e podre Realidade...

Morte matada
















Essa é uma das noites em que se morre.

Se vai o brilho dos olhos e os ares dos pulmões, que aquecem
o corpo; frio se fazem os pés...

Filhos sem pai, na seca do sertão de Maranhão, enquanto nascem
flores em Fortaleza. Um dia desse, meu sinhor, quero não. Dia
de solidão e açoite de mãe.

Fogem de mim as palavras. Foge de mim o Amor. Longe de minha calma,
sinto azar de nosso Senhor, traído com um beijo matador.
Cadê teus filhos que a terra há de comer? E teus pais mortos a
cada amanhecer? E os meus dias que nunca irão nascer? Cabe a ti
responder?

Morte cruel, levar-te mais um ser.
Que seja Eu a próxima da tua lista.
Pois de viver me fartei. Quero morrer
Em teus braços, para não nascer embaraçado,
O filho da mãe que te pariu.
Morte, matada!



*Dedicado a Josimar, meu querido primo!

Apatia















O que saiu de mim? Será minh'alma? Ou uma suposta analogia minha, minh'alma ser minha?


Porque chama todo mundo de uma vez e eu não atendo ninguém. Aqui dentro parece ser tão seguro!
Os outros parecem tão seguros de si. Seus interesses
pessoais reinam sobre suas carnificinas fissuradas de tédio e um bucado de fezes no análogo cérebro. E os outros? Continuam sendo os outros.
Nós somos outros, para outros e outros para outros param! Nisso vamos parando, um a um. Como se fossemos donos de alguns...
De modo que se vão os risos, os choros dos que choram. A fome dos que tem fome; os olhos dos tristes em suma alegria corrosiva de seus medos confusos e secretos que o atormentam, todo dia santo!
E mesmo diante da
indiferente situação desesperadora, por assim dizer: minha é a alma que sai. Vaga e volta. Tal hora ela vai, em alguma vaga encontra sossego.
Odeio os afagos da incompreensão de minhas ideias 

Calar-dar-Azar

Escrevo porque não tenho como me pronunciar.
Escrevo por medo de errar nas minhas falas ditas.
Escrevo para curar minhas chagas: enormes e podres.
Escrevo como quem não quer nada na vida.

Escrevo com os punhos cansados.
Escrevo as minhas palavras tantas vezes retóricas.
Escrevo de tal modo a me ouvir gritar.
Escrevo porque o computador insiste em travar.
Escrevo sem noção de poesia.

Escrevo a puta que te pariu.
Escrevo palavrões: Viva o Brasil!
Escrevo o amor das minhas noites vazias.
Escrevo ao pai, a mãe a filha.
Escrevo terminantemente as tuas curvas.

Escrevo sorrisos de nada, nem alegria.
Escrevo o meu reprovar na disciplina que eu não ia.
Escrevo música sem métrica.
Escrevo e digo mais:

-MESMO QUE NÃO HAJA FESTA, eu lavarei
as minha roupas!

8/6 Corpo

A subjetividade é inerente ao ser.
Assim como a solidão, a fome, o sexo... Uma viagem!
Ora, se fomos postos apostos em uma corrida pela vida
uma vez que não sendo comunicados, viemos-nus a terra
Como podemos agora nos garantir no drama?

Renuncio o ar que bate em meus pulmões
O frio que seca o meu nariz e a água que não me sacia.
Se foi por algum acaso que a face do tempo se mostrou
tão vil a ponto d'eu confundi-la com um monstro, por que eu
-mera mortalidade divina, tenho que interpretar tal coisa
como definitiva e concreta?

Foi do medo que o amor nasceu e hoje se tornou ateu?
O que diabos aconteceu?

O que em mim impera sem ímpeto nenhum é a duvida
a divida, o ócio dos meus ossos adaptados aos mesmos
exercícios diários da minha estúpida associação cerebral
e senso de realidade e DRAMA.

Um pouco mais de contradição e reles afeto a escrever
e falar de algo que supostamente as pessoas não vão entender, e

que talvez só eu entenda sub-conscientemente, não é mau?

Sabotar-se





















Eu senti a necessidade de escrever para você
Sobre você e esquecia de mim.
Senti o peso da suas mãos, que de tão leve me doía
Chorei por alguns lugares a tua ausência
Penei ao ver tua presença distraída
Roubei a tua senha, e por ela fiquei presa.

-Vinguei tuas mentiras.

Sofria eu e tu as dores da mesma ferida

Cuspia tu e eu no mesmo prato
E me sabotei para te deixar ir embora
Cheia de marcas e manca, pois de uma coisa
Sei: Nunca mais serás a mesma depois de mim
Assim como eu: Nunca mais serei eu depois de você!

Hoje o dia vai passando: rápido, calado e vago
Sem resto de Amor, sem brecha de dor e sorrisos
Sem abrigo de chuva, sem chuva pra regar as flores
Sem flores bonitas, apenas murchas!
Sem o destilar do veneno.


Sem você...

Sofrer lunar
















Vês a reluzente lua? Esta que sob tua cabeça
e rente aos teus olhos se faz iluminaria da noite e da terra.
Com cordialidade se estende até mei dia, saudando o sol e fazendo poesia.

Foi olhando pra lua que os teus olhos suaram! Diante da sinceridade
cruel de outrem. A lua foi tua guardiã sucinta. Na hora oportuna da
despedida e do desprezar dos amores teus, o luar foi teu marido fiel
e tua esposa escrota que despejou sobre o teu ser -Magro e largo de
lágrimas -toda mágoa que um dia tu fora a causadora.

A mesma lua presenciou o teu nascer, seu riso mais faminto e
absurdo pelo leite materno. O teu cai na tentativa de caminhar;
E o teu levantar ao conseguir pegar a fruta do pé, designada: Amor!
Foi a tua brilhantina nas noites de Carnaval. O beijo da tua amante.
O choro da tua amada.

Foi a lua, lembras? E as estrelas e o mar, que não me deixam mentir para mim,
nem para ti; nem a ninguém. Que ainda resta do Amor: as correntes no chão,
os pedidos de perdão e o despedaçar do coração.
Que me viu queimar as tuas coisas, postas sobre mim agora os afagos soberbos
das angústias e o gosto amargo das fagulhas venenosas que entrelaçam o meu
viver.

Foi a lua, vil?! Não eu. Não você.
Foi ela quem traiu Joelma, por que não haveria de nos trair também?
Quando pensares que fui eu, pense nela! Pois foi ela mais que Deus

que nos deu a chance de mais um adeus...

Enfeite de caixão: Flores!

Inspiração de merda
Renuncio-a
dor!
Se eu pudesse compraria Amor
Ao invés de flores para enfeitar caixões.
Ainda mais, compraria apego, carinho
E desdém, porque afinal ninguém vive sem.
Por cem, compraria um facão afiado
Fiado compraria o mercado inteiro e
Aquele coração caro de 300 que lates
E 500 que morde.
Contaria com sorte e um bom desfase
Para roubar um banco e fugir a pé.
Mas prefiro cantar minúcias e renuncias
Do que comprar seja o que for.

Peça


Uma cara triste, é o que vejo.
Mesmo descrente da realidade que nos envolta, 
O coração salta a boca quando a possibilidade é Revolta 
-Ondas a baterem entre si!
Tens de mim toda inspiração artística, e respiração 
de vida ao ar que sai das tuas entranhas (meus pulmões), querida!


Como não crer? Aranha se fez esse Amor e feito presa me pôs em sua teia.
Devora-me aos poucos e Ei de deixa-la devorar-me por completa!

Não precisa ser está aqui! Você já vive e em mim, Imaculada se fez!


[Porém]
Depois de seca, o que seria de ti?
Não te quero as lágrimas, nem seca! Porque oceano
são os Olhos: fontes inesgotáveis de choro, solitude!
Quero-te límpida -cristalina água!
Beber-te-ei

Minha cara

Minha cara da metade.
Metade da minha cara.
Cara metade da minha.
Da minha cara metade.


Cara metade,
Escrevo para ti minhas palavras, sim! Estas que serão
esquecidas no vão que vida faz para morte
que se aproxima a cada levantar e deitar dos pés.


Estas que ti guardarão em mim como metade
da minha metade retórica. E explode na minha cabeça
a tua história tantas vezes contada pelas lembranças...


Metade dos meus dentes, dos meus olhos e da minha pélvis.
Cortada sem piedade pelo tempo -Sim, o vil e bom tempo.
Vivo pela metade. E é Porque a outra... Deve está por aí a procurar
incansavelmente outra. E que se perdi na procura e chega dar gastura
só de pensar que a minha ainda pode ser tua, minha cara...


[...] metade, já passou da hora. Não devo te escrever mais!

Que sejas bem feliz...

Solidão Oportuna




















Hoje eu acordei cedinho. Ouvi meu choro Mansinho,
Como o cantar do sabiá.
Pelejei para o sono voltar, inutilmente!


Rolei na cama por mais de 2h e me via encolher,
Aproximar pernas a braços e cabeça, como se esse 
Movimento pudesse de alguma forma me dar aconchego.


E outra vez senti a presença solida da solidão 
-que caminhava a passos lentos dentro de casa
ate parar ao lado da cama e apertadamente deitar-se.

Replicas de beijo senti!
Beijo de mãe.

Na testa.


E não tardei a dormir nos braços que agora me

Apertava e perguntava baixinho: Posso ficar mais um tantinho a 
te fazer companhia?
Não precisei responder!
(Solidão é mãe de bilhões de filhos)

Corpo Estranho

Não chores se por ventura o tempo
Me levar para longe da sua vista.
E se não houver despedida, não se despedace.

Me encontro de partida, morrendo pela
Vontade de ficar e fixar no teu corpo, o
Meu, já decaído e morto!

Não te alegres quando ver o meu sorriso,
Pois nele há somente abundância de tristeza
E complacência. Nem confunda outra vez o
Teu coração com o meu...

Porque no meu já não há sequer compaixão
Pelos pobres, a comoção nos velórios ou
Pelo choro das viúvas! Não há querida,
Nem eu o reconheço.

A poeira vil que o tempo soprou,
Cegou-me os olhos e sobrara apenas o
Tato, para sentir a lonjura de tuas mãos.

Quando durmo

Aprendendo a gostar do efêmero  tanto quanto não me saciar no tempo  das coisas findas rapidamente.  E então me deparo, as vezes tarde demai...